segunda-feira, junho 04, 2007


"- Acorda Bruna, velório do teu tio e tua avó esqueceu de avisar" Minha mãe fala com toda aquela sutileza materna.

Chuva, tristeza e taxi com músicas de crente daquelas que só tocam quando querem converter alguém pra alguma religião (ou seja, nos piores momentos).

Igreja lotada, choros reprimidos...Conversas a meio tom. Familiares que você só conhece num velório e aqueles primos de infância que tanto aprontaram junto com você com avôs/avós e derivados...Orações, fé...Ave Marias e Pais Nossos "- Aceite nosso irmão no reino dos céus...Como é mesmo o nome do falecido?" diz o tão carinhoso padre que está tão habituado com a dor das pessoas ao ponto de ser indiferente. Correria, bafafá e chororô.

Cemitério modesto até, debaixo de um sol infernal. Discurso bonito de um filho apaixonado pelo pai "- Você foi um exemplo para todos nós...", e toda uma geração reunida.

Velas, flores e pessoas que sempre enchem o saco com "- Quando vai ser a visita a cova?E a missa de sétimo dia?". Como alguém pode pensar nisso em momentos como esse? Velas, e mais velas...Um pé de tucumãzero na frente da cova... Legal ficar relembrando com os primos os momentos bons, as mesadas pra comprar bom bom (acabei deixando umas moedinhas no pé da cova por causa disso e por aquela antiga tradição).

Almoço em família, a quanto tempo eu não sabia o que era isso...A volta pra casa é sempre mais difícil. Não sei o que sentir, não chorei e nem vou chorar...Talvez no fundo eu seja mesmo insensível ou não saiba expressar meus sentimentos, acho que um pouco dos dois.

Esse foi o relato do meu dia, o resto foi apenas sombras e sonhos...Adormeci exausta.

Adeo.

2 comentários:

Anônimo disse...

¬¬
Aff Bruna.

Ricardo disse...

faz parte...


um dia você morre e vai pra um lugar melhor :)